No dia 27 de maio, alunos do Agrupamento de Escolas de Castro Marim foram visitar a Caravela Vera Cruz que se encontrava no porto de Vila Real de Santo António.
Esta embarcação é uma réplica da caravela que Bartolomeu Dias utilizou quando passou o Cabo das Tormentas em 1488 ao qual, mais tarde, D. João II mudou o nome para Cabo da Boa Esperança, porque a partir desse momento já havia a esperança de chegar à Índia, por mar.
Saímos da escola no autocarro da Câmara Municipal de Castro Marim e quando chegámos a Vila Real de Santo António entrámos na caravela, cuidadosamente, por umas escadas de ferro e, já dentro da caravela, descemos outras escadas de madeira segurando em duas cordas. Aí fomos recebidos pelo capitão da embarcação, Filipe Costa, que nos deu a conhecer o valor da Caravela nos descobrimentos e a relevância dos descobrimentos para Portugal.
Assim, explicou-nos que a vida nas caravelas era muito difícil, pois os marinheiros tinham poucas informações sobre os mistérios do oceano. Por outro lado, dormiam ao relento e não tinham nem roupa nem calçado que os protegesse da chuva, do frio, do vento e do mar.
Mostrou-nos alguns alimentos que levavam para a viagem, destacando-se o pão, o biscoito, a carne salgada, o peixe seco, o azeite, o mel e os frutos secos. A água tinha de ser poupada e, em climas quentes, ficava imprópria para beber. Então era necessário encontrar terra para se abastecerem de água. No entanto, também levavam vinho, que era racionado, senão depressa se acabava.
A higiene era pouca e os marinheiros conviviam com muitos ratos que lhes transmitiam algumas doenças. A falta de alimentos frescos, os acidentes e as doenças causavam muitas mortes. Dos que partiam, muitas vezes nem um terço regressava.
Também foram apresentadas as dificuldades na construção destes barcos e explicou-nos que a Caravela Vera Cruz mede 24 metros de comprimento, o mastro 18 metros de altura e as velas medem cerca de 24 metros, quase maiores que a própria caravela. Eram necessários muitos cálculos matemáticos para que tudo desse certo. Tem velas triangulares (latinas) que são mais fáceis de manobrar e permitem navegar com ventos contrários- bolinar- e em águas pouco profundas.
Os tripulantes estavam dependentes de si e do vento, que era “o motor” que fazia a caravela navegar. À volta da caravela encontrámos painéis informativos com estas curiosidades.
Apesar da falta de confortos e riqueza, os navegadores conseguiram tornar a caravela no seu lar temporário. Contudo, os crimes ocorriam, especialmente roubos de comida e bens. Aos transgressores eram-lhes, geralmente, cortadas as mãos.
Nesta pequena visita à caravela Vera Cruz, um museu vivo e um barco escola, concluiu-se que, apesar dos óbvios riscos e obstáculos, nada detinha os navegadores portugueses que provaram a sua bravura e resiliência.
A visita foi muito agradável e deu-nos a conhecer um pouco mais da História de Portugal “in loco” fora da sala de aula, acabando por ser uma experiência muito interessante e educativa.
Trabalho coletivo dos alunos do 6º A
Escola E.B. 2,3 de Castro Marim